Lopes no Fantas
Prémio Carreira Fantasporto
"NÓS POR CÁ" VAMOS HOMENAGEAR FERNANDO LOPES
Um dos maiores cineastas portugueses, com uma carreira consistente e prolongada, dos poucos a quem se reconhece a designação de "autor", Fernando Lopes vai ser homenageado no decorrer da 28ª edição do Fantasporto. Como ponto alto desta homenagem, o Festival Internacional de Cinema do Porto exibirá em antestreia nacional, na abertura e em competição na 18ª Semana dos Realizadores o filme "The Lovebirds" de Bruno Almeida, onde Fernando Lopes desempenha um papel quase autobiográfico, revelando como actor uma faceta inesperada da sua carreira. Com ele, no filme contracenam nomes como Michel Imperioli (Sopranos), John Ventimiglia ou os portugueses Joaquim de Almeida ou Rogério Samora. Como complemento da Retrospectiva do trabalho de Fernando Lopes, numa selecção a cargo do próprio, será exibido em antestreia Mundial o documentário "Profissão: Português" (recuperando o título de um dos filmes de Fernando Lopes de 1972) do jornalista e crítico de cinema João Lopes, que traça um retrato intimista do realizador.
Com quase meio século de uma carreira que abrange todas as facetas do cinema realizador, produtor, montador, professor de cinema e crítico, director e programador do canal 2 da RTP Fernando Lopes atravessou quatro décadas de grandes mudanças no cinema português, estando sempre no centro dos acontecimentos.
Em 1964 o seu documentário ficcionado "Belarmino" tornou-se uma referência obrigatória de um certo realismo cinematográfico, tendo sido o iniciador da "nova vaga" do cinema nacional a que se convencionou chamar "O Ano Gulbenkian".
No marasmo que era então o cinema português as suas obras foram marcantes para uma nova geração que se afirmava contra o regime, contra a censura e por um cinema com identidade. Será o próprio que dirá que "a liberdade é uma coisa que tem que se conquistar todos os dias".
Passando por uma fase significativa da sua carreira como documentarista, será nas suas adaptações de obras literárias que se revelarão as suas qualidades de reunir as duas artes, a escrita e a imagem, ou seja, a literatura e o cinema.
"Uma Abelha na Chuva" (72) romance neo-realista de Carlos Oliveira, adquire pela mão de Fernando Lopes uma visibilidade e uma leitura transgressora única no cinema português. Mais tarde esta capacidade de pensar os romances em audiovisual levarão Fernando Lopes a adaptar Mário Zambujal em "Crónica dos Bons Malandros" (84) e Cardoso Pires em "O Delfim" (2002), entre outros.
No período conturbado do pós-25 de Abril manteve uma visão crítica sobre o papel do cinema na revolução preferindo pensar os grandes temas estruturantes da nossa identidade, como a imigração, em filmes como "Nós por cá todos bem" (78) e "Matar Saudades" (88).
Nesta busca incessante pelas nossas raízes estará também "O Fio do Horizonte" (93), uma das suas produções mais internacionais.
Se Fernando Lopes esteve na origem do "Cinema Novo" na passagem do século continua com grande actividade, realizando obras como "Lá Fora" (2004) e "98 Octanas" (2006), onde incessantemente se renova e avança com noas pistas de um cinema de qualidade capaz de chegar ao público.
Não teve, todavia, a sorte suficiente para ser reconhecido internacionalmente. Mas se lá fora não lhe fizeram, ainda, a homenagem que a sua carreira merece, o Fantasporto não poderia deixar de reconhecer a sua contribuição para a arte do cinema.
Como complemento da Retrospectiva do trabalho de Fernando Lopes, numa selecção a cargo do próprio, será exibido o documentário "Profissão: Português" (recuperando o título de um dos filmes de Fernando Lopes de 1972) do jornalista e crítico de cinema João Lopes, que traça um retrato intimista do realizador.
"NÓS POR CÁ" VAMOS HOMENAGEAR FERNANDO LOPES
Um dos maiores cineastas portugueses, com uma carreira consistente e prolongada, dos poucos a quem se reconhece a designação de "autor", Fernando Lopes vai ser homenageado no decorrer da 28ª edição do Fantasporto. Como ponto alto desta homenagem, o Festival Internacional de Cinema do Porto exibirá em antestreia nacional, na abertura e em competição na 18ª Semana dos Realizadores o filme "The Lovebirds" de Bruno Almeida, onde Fernando Lopes desempenha um papel quase autobiográfico, revelando como actor uma faceta inesperada da sua carreira. Com ele, no filme contracenam nomes como Michel Imperioli (Sopranos), John Ventimiglia ou os portugueses Joaquim de Almeida ou Rogério Samora. Como complemento da Retrospectiva do trabalho de Fernando Lopes, numa selecção a cargo do próprio, será exibido em antestreia Mundial o documentário "Profissão: Português" (recuperando o título de um dos filmes de Fernando Lopes de 1972) do jornalista e crítico de cinema João Lopes, que traça um retrato intimista do realizador.
Com quase meio século de uma carreira que abrange todas as facetas do cinema realizador, produtor, montador, professor de cinema e crítico, director e programador do canal 2 da RTP Fernando Lopes atravessou quatro décadas de grandes mudanças no cinema português, estando sempre no centro dos acontecimentos.
Em 1964 o seu documentário ficcionado "Belarmino" tornou-se uma referência obrigatória de um certo realismo cinematográfico, tendo sido o iniciador da "nova vaga" do cinema nacional a que se convencionou chamar "O Ano Gulbenkian".
No marasmo que era então o cinema português as suas obras foram marcantes para uma nova geração que se afirmava contra o regime, contra a censura e por um cinema com identidade. Será o próprio que dirá que "a liberdade é uma coisa que tem que se conquistar todos os dias".
Passando por uma fase significativa da sua carreira como documentarista, será nas suas adaptações de obras literárias que se revelarão as suas qualidades de reunir as duas artes, a escrita e a imagem, ou seja, a literatura e o cinema.
"Uma Abelha na Chuva" (72) romance neo-realista de Carlos Oliveira, adquire pela mão de Fernando Lopes uma visibilidade e uma leitura transgressora única no cinema português. Mais tarde esta capacidade de pensar os romances em audiovisual levarão Fernando Lopes a adaptar Mário Zambujal em "Crónica dos Bons Malandros" (84) e Cardoso Pires em "O Delfim" (2002), entre outros.
No período conturbado do pós-25 de Abril manteve uma visão crítica sobre o papel do cinema na revolução preferindo pensar os grandes temas estruturantes da nossa identidade, como a imigração, em filmes como "Nós por cá todos bem" (78) e "Matar Saudades" (88).
Nesta busca incessante pelas nossas raízes estará também "O Fio do Horizonte" (93), uma das suas produções mais internacionais.
Se Fernando Lopes esteve na origem do "Cinema Novo" na passagem do século continua com grande actividade, realizando obras como "Lá Fora" (2004) e "98 Octanas" (2006), onde incessantemente se renova e avança com noas pistas de um cinema de qualidade capaz de chegar ao público.
Não teve, todavia, a sorte suficiente para ser reconhecido internacionalmente. Mas se lá fora não lhe fizeram, ainda, a homenagem que a sua carreira merece, o Fantasporto não poderia deixar de reconhecer a sua contribuição para a arte do cinema.
Como complemento da Retrospectiva do trabalho de Fernando Lopes, numa selecção a cargo do próprio, será exibido o documentário "Profissão: Português" (recuperando o título de um dos filmes de Fernando Lopes de 1972) do jornalista e crítico de cinema João Lopes, que traça um retrato intimista do realizador.
Homenagem / Retrospectiva Fernando Lopes
98 Octanas 94 min.
Belarmino 80 min.
Crónica dos Bons Malandros 82 min.
Elegia por Alguns Fotogramas Portugueses - Fernando Lopes 8 min.
Lissabom, Wuppertal, Lisboa Fernando Lopes 8 min.
O Delfim 88 min.
Profissão: Português João Lopes 95 min.
The Lovebirds Bruno de Almeida 80 min.
texto da responsabilidade do Fantasporto