Tuesday, July 10, 2007

Sexo em Vila do Conde

Curtas: Tamanho não Importa

O Curtas Vila do Conde continua a celebrar o seu 15º aniversário, desta vez como qualquer teenager, com uma sessão de sexo.

Highway to Hell, o programa que esta semana presta tributo ao sexo, às drogas e aos filmes do estilo grindhouse, surgiu na segunda feira na sua versão porno e com o respectivo aviso face a imagens “que podem ferir susceptibilidades”

A primeira parte da sessão, menos hard-core, foi preenchida com trailers americanos de filmes europeus dos anos 50 e 60 onde alguns temas proibídos de então foram pioneiramente abordados: Mães solteiras, lesbianismo, obcessões sexuais, etc. tudo à mistura com comentários em voz off que atiçavam a curiosidade dos espectadores, americanos tais como: Incendiário! Nunca antes visto! Excitante! E outras expressões que agora nos parecem totalmente exageradas.

Assim tivémos, entre outros, Woman (Desiderio) (1946) de Rosselini, Inga (1968) de Joe Sarno e Amour (1970) de Gabriel Axel, realizador de A Festa de Babette (1986), baseado numa história de Karen Blixen que em 1987 ganhou o Oscar e o BAFTA de melhor filme estrangeiro. Tivemos ainda oportunidade de ver actores como Vittorio Gassman, Jeanne Moreau e Giulietta Massina.

A sessão foi apresentada e comentada pelo programador e colecionador norte americano radicado na Dinamarca, Jack Stevenson, que falou sobre cada um dos filmes que estiveram na base dos trailers e excertos apresentados enquadrando historicamente cada um deles e salientando aspectos interessantes da época. Stevenson referiu que a produção sueca Language of Love (1969), um dos trailers da sessão, é o filme que Travis (Robert de Niro) leva Betsy (Cybill Shepherd) a ver em Taxi Driver. Outro aspecto curioso mencionado por Stevenson foi que enquanto Language of Love suscitou em Londres um protesto liderado por Cliff Richards, na Dinamarca este documentário foi objecto de excurssões de escola por se tratar de uma espécie de A a Z do sexo.

Seguiram-se excertos de filmes, na sua maioria suecos e dinamarqueses das décadas de 60 e 70, estes bastante mais ousados, sequenciados de forma a culminar no decadente Copenhagen a Go Go que durante 15 minutos documenta uma sessão de sexo ao vivo de forma minuciosa concretizando a ideia de uma Swinging Copenhagen.

A sessão terminou já de madrugada e Miguel Dias co-director do Festival afirmou “Está provado que o tamanho não importa, curtas ou longas o que interessa é que seja bom cinema”.

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